Marte tem “córregos” de água salgada, afirma Nasa

Fenômeno fortalece a possibilidade de o planeta ser habitado por micróbios

A Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) descobriu a existência de “córregos” de água salgada em Marte. A descoberta fortalece a possibilidade de o planeta ser habitado por micróbios.

A pesquisa foi publicada nesta segunda-feira, no site da revista científica Nature Geoscience. O estudo foi liderado por Lujendra Ojha, do Instituto de Tecnologia da Georgia, em Atlanta.

Conforme o estudo da agência, algumas montanhas de Marte possuem veios estreitos de água salgada escorrendo em suas encostas, o que aumenta a possibilidade de que exista alguma forma de vida no planeta. “Determinar se existe água líquida na superfície marciana é central para a compreensão do ciclo hidrológico e potencial para a vida existente em Marte”, informa o estudo.

Essa água, se ela existe, deve ser muito salgada para permanecer líquida nas temperaturas negativas de Marte (o sal diminui a temperatura de congelamento, por isso se joga sal nas estradas onde há nevascas).

Marte não é o planeta seco que pensávamos. Em certas circunstâncias, existe água líquida no planeta — afirmou Jim Green, diretor de ciências planetárias da Nasa, durante a coletiva de imprensa.

As formações já haviam sido reveladas em imagens de Marte, mas só agora há evidências do fenômeno. Os dados foram colhidos por uma espaçonave da Nasa. “Analisamos dados espectrais da sonda Mars Reconnaissance Orbiter em quatro locais diferentes”, diz a pesquisa. Em todos esses locais, foram encontrados “córregos” com sais hidratados, como clorato de magnésio, perclorato de magnésio e perclorato de sódio.

— Essas manchas se formam no fim da primavera, aumentam no verão e somem no outono. Por 40 anos, não pudemos explicar por que elas existiam — disse Green. — Marte sofreu uma enorme mudança climática e perdeu sua água. Mas há muito mais umidade no ar do que jamais havíamos imaginado.

Esses “córregos” são faixas estreitas de água em forma líquida, com menos de cinco metros de largura, que aparecem durante as estações quentes em certas regiões marcianas. Os fluxos d’água crescem e se aprofundam no verão, mas depois encolhem e somem no inverno. Como o ano marciano tem 687 dias, as estações duram o dobro.

Os cientistas não conseguiram confirmar a natureza do fenômeno, pois a resolução das imagens das melhores sondas não permitia a visão nítida dessas formações. Uma das hipóteses é que esses fluxos sejam formados pelo gelo que derrete no verão marciano. Outras são que possa haver algum aquífero subterrâneo ou que a água se forme a partir da atmosfera.

A existência de água líquida em Marte não é apenas uma esperança de encontrar vida, mas também para o sucesso das missões tripuladas para o planeta vermelho. Ela poderia ser “quebrada” para gerar hidrogênio e oxigênio, que podem ser usados como combustível para os foguetes.

Fonte: Zero Hora/ Clic RBS

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