Carteira assinada e bom salário são alguns dos atrativos
Trabalhar e morar em Chapecó é um sonho para alguns jovens do interior. Quem mora na cidade está satisfeito com os serviços que são ofertados e para quem pretende investir tem um forte nicho populacional e consumidor. Os universitários que vêm de outros municípios tentam se projetar e inserir-se em vagas de estágio, ou, no comércio, para já se instalar na cidade, com foco em atuar na área de formação.
As vagas de empregos na rede comercial e nas agroindústrias chamam atenção dos jovens e profissionais liberais. Na hora de escolher no que vai trabalhar alguns optam por ter o emprego, não entrando em critério para selecionar a vaga. Também tem aqueles que analisam quanto vão ganhar e quais os benefícios de carreira para estar trabalhando em uma empresa. Outro fator analisado é o curto de vida em Chapecó, levando em consideração o básico.Em alguns casos para se locomover precisam pagar lotação, ou dispor de transporte próprio, até chegar ao trabalho.
Com essa perspectiva uma parcela das pessoas que aspiram um trabalho em Chapecó, optam por garantir o emprego através do SiNE, Serviço Nacional de Empregos. Elas realizam o cadastro e am por um processo de seleção da empresa que está requisitando trabalhador. É uma rotina de certa forma extressante porque as pessoas precisam utilizar de transporte fretado para ir dos municípios, que muitas vezes am de 60 km de distância, até Chapecó.
Essa opção de trabalho é uma rota de fuga para não ficarem trabalhando na informalidade nos pequenos municípios. Para o jovem Patrick S. da Silva, de 19 anos, trabalhar em Chapecó é uma oportunidade para conseguir uma projeção profissional. “Nas cidades pequenas não tem muita oferta de trabalho. Em uma grande empresa tenho plano de saúde, entre outras facilidades”, destaca. Patrick só lamenta a jornada de viagem diária, de Nonoai, cidade onde mora, até Chapecó. Ele revela que usa o tempo no ônibus para dormir e evitar ter um cansaço maior durante a viagem. Patrick está trabalhando no setor de produção de um frigorífico em Chapecó já fazem dois meses .
O município de Nonoai – RS é um dos pioneiros da região em ter a mão de obra para empresas Chapecó e oeste de Santa Catarina. O operador de máquinas e chefe de equipe de um frigorífico de Chapecó, Luiz da Silva, diz que já trabalha à 15 anos na empresa e não muda de emprego por nada. Ele elenca os benefícios de carreira, o bom salário e a folga durante o sábado e domingo.
O ônibus que Luiz utiliza sai de Nonoai às 13hs. Ele inicia a trabalhar às 14hs, a cada hora a equipe de Luiz tem vinte minutos de folga e o tempo para jantar é de 1 hora. Luiz ainda relata que tem alguns desafios, citando ter que viajar com as estradas em más condições, que se torna perigoso. Morou por cinco anos em Chapecó, mas à 10 anos casou e se mudou para Nonoai. Depois da jornada de trabalho Luiz retorna para Nonoai às 02hs do dia seguinte. Já a auxiliar de escritório Rosane Natália da Silva, disse que trabalha há 12 anos em Chapecó. Ela elenca Chapecó como uma cidade excelente para trabalhar, o salário é bom, mas para morar prefere a cidade de Nonoai no Rio Grande do Sul.
A proprietária da empresa EVATUR, Eva Angela, empresa que faz o transporte fretado para os trabalhadores, ressalta que tem uma rotatividade de funcionários nas empresas. No mês de março a empresa faz o transporte para 400 pessoas, dos municípios de Nonoai, Gramado dos Loureiros e Rio dos Índios. Só do município de Nonoai são aproximadamente 300 pessoas que trabalham em frigoríficos de Chapecó. A empresa que contrata a mão de obra auxilia os trabalhadores, em média, com 80% do custo do transporte.
Foto e reportagem: Cristiano Pinto